quinta-feira, 9 de junho de 2016

Mais uma escritora na nossa escola


A vinda da Manuela Castro Neves

No dia 24 de maio de 2016 tivemos de novo uma escritora espectacular, a Manuela Castro Neves.

Veio- nos apresentar o seu livro: “ O pato amarelo e o gato riscado.”

Falou sobre a inspiração dos livros “ O pato amarelo e o gato riscado.” A inspiração para este livro foi: a Manuela foi ver uma exposição e viu um pato amarelo num quadro. Foi para casa, abriu a janela da cozinha e viu um gato riscado a partir daí começou a inventar a história.

A inspiração para “ Um Elefante diferente que espantava toda a gente”, foi: a Manuela teve um sonho quando ainda era professora. Sonhou que ia a sair do seu prédio e quando descia as escadas descia sempre agarrada ao corrimão, naquele sonho o corrimão não estava lá. A Manuela não conseguiu descer as escadas e começou a gritar a chamar os vizinhos. Mas eles não estavam em casa. Apareceu um macaquinho a puxar uma coisa comprida e uma voz disse-lhe para ela se agarrar àquilo. Ele assim fez. O macaco segurava na ponta e ela ao chegar ao fim viu que do outro lado estava um elefante debaixo da figueira. O corrimão era a tromba do elefante. A Manuela inspirou-se nesse sonho.

O elefante diferente foi o primeiro livro a ser escrito e editado para crianças.

Gostamos muito da visita da Manuela.

                                         Beijinhos Manuela!
 
Foi a nossa turma que preparou a vinda da Manuela.
Fizemos correspondência com ela e foi muito bom pois escrevemos uma história a meias com a qual vamos fazer um livro.
Quem sabe se alguma editora quer editar a história do Minhoco a da Minhoca Laroca?



A Manuela connosco

Painel geral sobre o projeto desenvolvido com a Manuela (a correspondência e trabalhos sobre O pato amarelo e o gato riscado)

Pormenores da dos trabalhos sobre O Pato Amarelo e o gato Riscado


A chegada do livros








Trabalhos maravilhosos sobre O Pato Amarelo e o Gato Riscado






As janelas da nossa biblioteca

Um dos gráficos que construído  com os dados recolhidos sobre o conhecimento que os meninos da escola tinham sobre os livros da Manuela

 

As minhocas que encontrámos na nossa horta, num dia em que arrancávamos ervas daninhas deu origem e esta história. 
O que está a negrito foi inventado por nós e as outras partes pela Manuela
 
O Minhoco e a Minhoca

Minhoca Laroca

andava à coca

de  ervas tenrinhas para se alimentar,       

de águas fresquinhas para se banhar

e de um namorado para namorar.

Procurava na horta, no meio do feijão,

dentro do nabal,                                              

mas, da sua busca, saía-se mal.

Via gafanhotos,

achava-os marotos.

Via os machos das borboletas,                                 

 achava-os caretas.

Via o pulgão e dizia:

— Ai não!

Via os «centopeios»,

achava-os feios.

E de cada jornada,

 lá voltava ela                                                           

bem desanimada.

— Isto assim é uma trabalheira.

Não procuro mais. Vou ficar solteira.

Porém, certa manhã,

ao sair da toca

 O que é que viu a nossa Laroca?

Um« minhoco» lindo                                   

com modos de artista

e…. foi logo amor à primeira vista.

— Minhoca Laroca,                                               

dás-me uma beijoca?                                             

—Claro que sim, meu querido «minhoco»,

  Dou-te quatro ou cinco, pois só um é pouco.

E sem esperarem, sequer um momento,

Logo combinaram o seu casamento.

A linda Laroca

foi à procura de uma madrinha.

 Com sorte, encontrou uma libelinha      

e perguntou:

- Gostavas de ser a madrinha?

- Claro que sim minhoquinha.

O lindo minhoco

foi à procura de um padrinho.

Por sorte, encontrou um pulgãozinho        

e perguntou:

- Queres ser o padrinho?

- Gostava muito amiguinho.

Uma semana depois

seria o casamento

mas o padre, que era o«formigo»,         

sofreu um atropelamento.

Ora, o padre de tanto ter rezado,

 num instantinho ficou curado.

Ao sair do hospital, gritou, cheio de alento:      

— Quero já fazer o tal casamento.

Foi tudo a correr para o laranjal

e aí se formou a parada nupcial.

A noiva levava véu de folha de jacarandá.

O noivo, chapéu de noz do Pará.

Com um ramo de lírios muito bem atados,

Formigo os benzeu. Ficaram casados.

Logo os aplaudiram 30 convidados.

Seguiu-se a boda, dentro duma horta.

O primeiro prato foi de ervilha-torta.                   

O segundo foi de alface francesa.

Tiveram peras esmagadas para sobremesa.

 Como bebida, sumo duma uva

bem misturadinho com gotas de chuva.

E toda a noite, beberam,

comeram,

dançaram,

brincaram.

Pela madrugada,

quando a horta estava já toda ratada

 e, para comer, não havia nada,

cada convidado foi prá sua toca,                           

e para o hotel,

em lua-de-mel,

partiram, felizes,

Minhoco e Minhoca.

Passadas três semanas de tanto carinho

de tanto beijinho

de tanta festinha,                                              

nasceu uma minhoca

que, tal como a mãe , era muito laroca.

Logo depois lhe mostraram o quintal

mas ficaram cheios de medo

porque viram um pardal.

-Não se preocupem                                           

eu não vos faço mal. -disse o pardal.

-Ó pardal, já que és nosso amigo

podes levar-nos ao batizado?-

perguntou o minhoco muito entusiasmado.

O pardal aceitou…

até que o dia chegou.

Pegou na família,                                       

com muito cuidado

deixou-a em segurança

no local combinado.

Foi o “formigo” que a baptizou

Debaixo de uma alface                             

Tudo se realizou.

Agora a família regressou à toca…

E a Compridoca,

(era este o nome da bebé de Minhoco e Laroca)      

era bom de ver,

a grande velocidade, desatou a crescer.

E em pouco tempo, sabia escavar.

Sabia rastejar.

Sabia caçar.                                                            

Sabia roer.

Porém não sabia nem ler, nem escrever.

E disseram os pais, de cabeça ereta

e comoção na voz:

— Não queremos uma filha tão analfabeta     

como somos nós.

E acreditem, pois não é graçola,

foram logo em busca duma boa escola.

Furaram, espreitaram aqui e acolá

e diziam sempre:—-Esta escola é má!

Até que, tendo corrido meio Portugal,

chegaram ao Centro Escolar das Árvores em Vila Real.

Viram uns meninos

 grandes e pequeninos,

todos bem jeitosos,

muito habilidosos                                                                      

de ar inteligente.

E, muito contente,

disse o pai para a mãe:

— Aqui a nossa filha fica muito bem.

O Minhoco e a Laroca fizeram a matrícula.

Aprendeu tão rápido, a Compridoca,              

que ao 3º A depressa passou.

Foi recebida de braços abertos     

e muitos amigos ganhou.

Ia todos os dias para a escola.

Às costas levava uma sacola.

A sacola fizera-lha a mãe,                     
  com folhas de oliveira,

e ficava-lhe muito bem.

A saia era de flor de jarro,

a blusa de violeta

e o sapato de tulipa preta.

A certa altura

ela encontrou

um menino que não sabia ler nem escrever         

e perguntou:

- Queres ser meu amigo?

- Quero. Posso estudar contigo? - disse o Manuel

- Claro que sim Manuel! – disse Compridoca

Daí em diante, ao fim do dia,

encontravam-se , debaixo da figueira.                   

Não pensem que era para a brincadeira!

 A Compridoca não se cansava de ler histórias ao amigo.

Ele dizia-lhe constantemente:

- Gosto tanto de estar contigo!

Ela ajudava-o a escrever,

e a ler sobre o que ele dizia,                            

do seu dia a dia.

O Manuel evoluía.

A minhoquinha sorria.

E, ao fim do ano, o seu amigo já lia                                  

Foi tal a emoção

que a turma toda fez um festão.

E, acabado o festão,

disse o menino, então:

– Sentem-se todos no chão

com as pernas à chinês.                                 

Para que a guardem na memória,

eu vou ler-vos uma história.

Não começa «era uma vez»

não é história dum judoca,

nem dum dentista sem broca                                          

nem duma maçã bichoca,

nem de aranha sem pernoca

nem dum balde de pipoca.

É a história do Minhoco e da Laroca

E logo, logo começou:

« Minhoca Laroca

 andava à coca

de ervas tenrinhas para se alimentar,     

 de águas fresquinhas para se banhar

e dum namorado para namorar»…

depois continuou

lendo, tim-tim por tim-tim,

tudo, tudo até ao fim.

Lia com tanta fluência e

tanta, tanta expressão,

que, na frente, a  assistência               

não calava a admiração.

E, enquanto o menino lia,

Compridoca o que fazia?

Isto até parece incrível!

Mas com seu corpo flexível

E de modo muito correto                                  

modelava uma a uma

As letras do alfabeto

E quando chegou ao Z disse:

 - Não posso mais. Estou cansada

E respondeu o Manuel,

em tom doce como o mel:

— Não tens de fazer mais nada                               

pois, meninas e meninos

maiores e mais pequeninos,

 A história está …………

A história está

A história está……..Terminada!
 

2 comentários:

  1. Parabéns pela iniciativa. Venham mais no próximo ano letivo. Mais iniciativas como esta e... mais professoras como a professora Olga!

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  2. :O conheceram a Manuela de Castro Neves? Que sorte... Ainda se lembram da história "Cinco Pais Natais e tudo o mais"?

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